“Cabelo castanho, meio
despenteado... fios por todos os lados.
Olhos sonhadores com um
brilho descomunal, capaz de fazer até cego encontrar o caminho...
E óculos que só realçavam seu charme, dando um
estilo “Clark Kent”.
Sorriso de fazer qualquer
mulher perder o fôlego.
Bigode e barba por fazer.
Camiseta do Leonardo da
Vinci e calça jeans.
Um rapaz, homem crescido,
mas com espírito de menino.
Bandeira do Brasil,
demonstrando seu patriotismo.
Prateleira com livros.
Senhor dos Anéis e afins.
Máscara e cachimbo.
Senta-se em sua
escrivaninha e se prepara.
Papel, lápis, apontador e
borracha.
Tudo ao alcance das
mãos...
Cada rabisco com precisão
de um cirurgião...
Desenha os
Olhos, que tanto
destacavam seu rosto e sorriso.
Ah, que sorriso, de fazer
até o Zangado sorrir também.
Ao lado deste, outros
desenhos...
E seu preferido, uma
referência ao Pokémon.
Este o remetia a infância.
A pureza do olhar, ao
instante perfeito.
Que deveria ser retratado
em foto, mas que em vez disso, foi tratado em desenho.
E enquanto desenhava a
mais bela jovem, de um rosto angelical.
Pensava “Onde, diabos,
você está?”
...
Ah, pobre sonhadora,
deitada em seu quarto.
Um quarto um tanto
infantil.
Já não era tão criança,
mas não deixava as molecagens de lado.
Bichos de pelúcia por
todos os lados, retratando seu gosto e suas paixões.
Quadros de personagens e
muitas velharias.
Dizia ser sua bagunça
organizada.
Tentava ler um de seus
muitos livros...
Mas a cabeça estava tão
ocupada, que era a segunda vez que lia a mesma página e nem havia reparado.
Trabalhara a tarde toda
com suas crianças e estudara a noite.
Persistente e destemida.
Enfrentava a vida da
melhor forma possível.
Era uma fada, Glinda, a
“fada boa de Dorothy”, diziam seus alunos.
Ela que a todos encantava.
Era um livro aberto.
Mas...
Pensava demais.
Pensava sobre o amor e a
vida. E quando tudo isso começaria a acontecer.
Mas, mal enxergava ela,
que tudo já estava ali. Faltava só abrir os olhos”.
Carol Riet
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