quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Skate: Um esporte só de menino?!

Existem 396.398 meninas que praticam este esporte no Brasil

 Praticar um esporte radical, predominantemente urbano como o skate, antigamente era somente coisa de garoto. Mas de acordo com uma pesquisa realizada em 2010, pelo Data Folha, 10% dos praticantes deste esporte são do sexo feminino, o que representa aproximadamente 396.398 meninas no Brasil. Este número ainda é tímido em relação a quantidade de homens que treinam, mas hoje ele é considerado estilo, moda, talento, esporte e é sim coisa de mulher.

Existem competições femininas e estas podem ser divididas em FEM1 e FEM2, há ainda muitas modalidades para se competir, sendo elas: Street style (mais rpaticada) Free Style, Vertical (Bowls, mini ramps, half pipes), Downhill (todas que envolvem descida de ladeira) e Mega Ramp.

     Realmente, cada vez mais as meninas estão dominando as pistas e as manobras radicais e, Amanda Grune, 18 anos, é uma praticante do esporte há 4 anos, e diz que mesmo tendo muito amigos que andam de skate, percebeu que há uma quantidade expressiva de meninas que praticam o esporte também. “Hoje em dia vejo que muitas meninas andam também e isto é demais, estamos conseguindo romper as barreiras impostas e os preconceitos”.

    Algumas pessoas têm preconceitos com as skatistas por este esporte ser considerado “masculino”, mas, para Victória Máximo, 17 anos, o esporte não torna a torna menos feminina. “Ando de skate há 3 anos, e isto é que eu mais gosto de fazer em minhas horas vagas. Para mim o esporte não tem desigualdade, pratico-o e nem por isso deixo de ser feminina”. O estilo de skatista se tornou tendência entre as meninas e estas não dispensam os toques femininos para praticar este esporte.  
    Hoje, o skate não é somente um esporte radical, mas sim um estilo de vida, que envolve moda e música. E cada vez mais as meninas estão absorvendo isso e transformando sua vida. Natália, 16 anos, é uma adepta, tanto do esporte radical, quanto do estilo de vida. “Gosto do estilo que é confortável e ao mesmo tempo prático. Trabalho em uma loja onde vendemos roupas estilo skatista e cada vez mais temos peças e novidades para as adeptas a este estilo”. 

  Natália Rosa, ainda destaca que, às vezes, sofre pressão da família e dos amigos por praticar um esporte tipicamente masculino. “Ando de skate desde 2013 e me sinto muito pressionada a melhorar e superar o preconceito por fazer um de menino, porém, muito feliz em ver este esporte se destacando através das meninas”. Os homens também estão gostando de ver as mulheres aderirem ao esporte. Jonathan Santos, 20 anos, pratica o esporte há 5 anos e destaca que acha interessante a ousadia das meninas de praticar este esporte radical. “Acho interessante à coragem das meninas em praticar este esporte, pois é um esporte onde há grandes chances de se machucar”. 

     Para quebrar as barreiras e os paradigmas, é de suma importância a prevalência das meninas neste esporte, mas muitas acabam não seguindo pois enfrentam preconceitos e proibições. Para Régis Lannig, 36 anos, Presidente da FGSKT (Federação Gaúcha de Skate), há certo preconceito das famílias das meninas que aderem ao esporte, “eu acho importante que cada vez mais meninas andem de skate, mas infelizmente o preconceito impede que muitas possam praticar. E este, em geral não ocorre entre os skatistas, mas dentro de casa”. 
     Régis ainda destaca que no Brasil há algumas grande skatistas “hoje, temos algumas das melhores skatistas do mundo, sendo no street Letícia Buffoni, Mônia Torres e Pâmela Rosa, e no vertical, Karen Jonz”. 
     Para as meninas que querem aderir ao esporte, aqui vai algumas dicas do Presidente da FGSKT (Federação Gaúcha de Skate): “Em primeiro lugar utilize equipamento de proteção (principalmente capacete), procure locais amplos, sem obstáculos e de pouco movimento. Procure uma escola de skate, em geral elas fazem você aprender mais rápido e com mais segurança”.


Área Infanto-juvenil da Feira do Livro Completa 20 Anos de História

        Sessão infantil da feira só foi criada no ano de 1995

   A primeira Feira do Livro ocorreu em 1955, organizada pelo jornalista Say Marques, diretor secretário do Diário de Notícias (1925-1979). Inspirado em um evento literário que havia conhecido na Cinelândia, no Rio de Janeiro, ele decidiu trazer a ideia para Porto Alegre. O evento tinha como intuito popularizar o livro. Assim, o primeiro slogan foi “Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo”. A primeira edição contou com 14 barracas de madeira. Ao longo dos anos a Feira expandiu, crescendo em número de expositores, públicos e atrações, mas sem perder seu caráter popular.
Em 1995, o evento ganhou a Área Infantil. Antes disso, havia a ideia de que, se houvesse um espaço separado, o evento perderia a participação de alguns pais, que iam a Praça para levar seus filhos. Até o ano de 1997, só havia duas barracas na Sessão Infanto-juvenil. A partir de 1998, com o patrocínio da Petrobras, que se mantém até hoje, houve a expansão e consolidação da área, contendo hoje, 15 bancas. 
   A criação da Sessão Infantil foi de suma importância, pois os livros representam um papel imprescindível na formação da criança. Ampliando seus horizontes, servindo de combustível para a criatividade e, acima de tudo, estimulando a liberdade de pensamento. Quando uma criança lê desde pequena, tem grandes chances de desenvolver seu senso crítico e se tornar um leitor assíduo. É o que afirma a coordenadora da área infantil da Feira do Livro, Sônia Zanchetta. “As crianças que têm escolas e famílias que valorizam a leitura costumam se tornar leitores para além dos muros da escola, ou seja, leitores para sempre”, diz a coordenadora.
 O livro infantil, antigamente, era limitado e com edições pouco atraentes. Hoje em dia, ganha cada vez mais espaço, pois afinal, são os livros que inserem as crianças em um mundo de significados e permite a ampliação e a construção da cultura. E, é isso que Fernanda Santos, 24 anos, mãe de Maria Alice de 4 anos, destaca. “É um incentivo muito grande para a cultura, principalmente para as crianças, para que elas desenvolvam desde cedo o hábito de ler”.
    A Feira conta com dois espaços concebidos especialmente para as crianças de 0 a 6 anos: o jardim do Chapeleiro Maluco, com contações de histórias a cargo da Turma da Alice (três contadores de histórias e dois músicos caracterizados como personagens do Alice no País das Maravilhas). E a Bebeteca, uma biblioteca que visa incentivar a leitura em família. Os personagens do setor infantil e juvenil, deste ano, foram escolhidos por conta dos 150 anos de publicação do livro Alice no País das Maravilhas. A organizadora da sessão Ana Paula Cecato, ainda ressalta o principal objetivo do ambiente “o intuito é a formação e a qualificação de leitores”.
  A Bibliotecária da Secretaria do Estado da Educação, Maria do Carmo Mezeti, ressalta a importância do livro para a criança se tornar um ser crítico "conforme a criança lê, começa a criticar e ter dúvidas, e com isso há questionamento. Levando-nos por fim, a ser cidadãos críticos".
  O incentivo das famílias é de suma importância para a formação de leitores assíduos. Rafaela é um exemplo disto. A menina que tem 8 anos  começou a se interessar pela leitura encorajada por sua mãe, Mariana Pereira, 31 anos "nós duas temos o hábito de vir  todos os anos. Este ano foi a Rafa que me cobrou a vinda na feira. Ela gosta muito de ler e agora que está alfabetizada, costuma ler para mim", comenta a mãe de Rafaela. A menina de 8 anos ainda destaca “gosto muito de ler e vir aqui sempre".
 Desta forma, a Feira cativa cada vez mais os pequenos leitores, trazendo-os para este mundo de magia e fantasia. Tornando-os cidadãos críticos e formadores de opinião. Construindo assim, uma geração mais instruída.





Mundo Utópico?!

        Não é mais utopia, nem um futuro distante, as pessoas estão buscando formas de transformar a comunidade em que vivem e dedicando seu tempo e talento para fazer a diferença.
O nome “ONG” (Organização Não Governamental) foi utilizado pela primeira vez no ano de 1950, para denominar qualquer organização não ligada ao governo. Atualmente, designa um grupo sem fins lucrativos, com a missão de resolver problemas da sociedade, em parceria com o governo. No Brasil, hoje as entidades são consideradas como o terceiro setor. Segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 290.692 fundações privadas e associações sem fins lucrativos no país.
O número de Organizações Não Governamentais mostra que as pessoas realmente têm-se mobilizado para mudar o mundo. Pensando nisso, onze jovens, entre 15 e 33 anos resolveram tomar partido desta luta e criar uma ONG em prol de sua comunidade. E, a partir dessa ideia, no ano de 2011, criaram o Colaí Movimento de Cultura, na Ilha da Pintada, bairro que pertence ao conjunto de Ilhas dos rios Guaíba e Jacuí, em Porto Alegre.
O movimento Colaí oferece doze atividades, entre elas, uma oficina de violão e uma de percussão, atividades culturais, esportivas e de lazer, visitações em orfanatos e escolas, campanhas de agasalho e arrecadação de alimentos. E para a realização de parte destas atividades há um incentivo da subprefeitura denominada Car Ilhas. A Escola Estadual de Ensino Médio Almirante Barroso também doou uma bola para a Escolinha de Futebol do Colaí e cede a quadra para as atividades esportivas.
Ismael Franco, 29 anos, autônomo e idealizador do projeto, afirma que não são apenas os Ihéus que são beneficiados pelo projeto, “Não há contabilidade de quantas pessoas realmente são impactadas pelo movimento, mas em média 90% da população (em torno de 7.000 moradores) são englobados por este. As doações também são distribuídas para outras Ilhas do bairro Arquipélago, além de algumas outras cidades, como Esteio e Camaquã”, diz o idealizador.
Os maiores beneficiados pelo projeto são os jovens, pois a ideia principal é “ocupar o tempo ocioso do jovem com algo produtivo. Deixando-os escolher o que querem ser e como querem ser formados”, afirma Fábio Brandão, 33 anos, autônomo, vice-presidente e coordenador do esporte, projeto Colaí na Pelada, Colaí na Pelada de Rua e Escolinha do Colaí.
Todas as ações realizadas pelo movimento são escolhidas em conjunto, como afirma o idealizador Ismael. “Decidimos com democracia, com o coletivo, durante as reuniões”.     Democraticamente, eles criam na comunidade um ambiente mais favorável e ainda participam da tomada de decisões que influenciam a vida dos moradores das Ilhas. A partir desse ano, o Colaí também está participando do Orçamento Participativo de Porto Alegre.
Para a arrecadação de verbas, visando desenvolver projetos, o movimento conta com a venda de bolos e doces, que Vinícius Ramos, 22 anos, auxiliar de produção editorial e diretor do bloco Colaí na Avenida, prepara e também com rifas vendida por todos os integrantes. Em quatro anos de existência, este será o primeiro ano que o Colaí conseguiu verba para desenvolver uma oficina (sendo está a de violão) pelo Orçamento Participativo.
A comunidade da Ilha da Pintada sempre foi receptiva com o Colaí, apoiando-os quando precisam. É uma comunidade que enfrenta obstáculos na hora de deslocar-se até as atividades do Movimento, pois não costumam ter muito tempo em seu dia-a-dia. 
Fernanda Farias, 33 anos, ex-moradora da Ilha da Pintada, administradora de empresas, sabe como isso é complicado. “Hoje me dia é muito difícil você conseguir reunir, e principalmente, unir uma quantidade expressiva de jovens, adultos e crianças em um único evento, pois dentro da mesma comunidade há diferenças, mas isto é mérito da gurizada do Colaí”, disse. E, complementou destacando a presença dos integrantes na comunidade. “Eles são muito ativos na comunidade, estão sempre prontos a encarar as dificuldades, realizam campanhas que realmente fazem a diferença e com isso a comunidade aprova”, afirma a empresária.
O próximo passo do Projeto Colaí é expandir seus projetos e descentralizar. “Queremos ficar conhecidos no município e poder ter um peso maior para falar com as secretárias de Porto Alegre”. Para conseguir apoiadores e patrocinadores é necessário a descentralização das atividades realizadas pelo Colaí. “Queremos ser reconhecidos fora das Ilhas, porque lá fora que estão os apoiadores, os patrocinadores, as empresas privadas que darão apoio financeiro”, afirma Ismael.
Quem quiser conhecer e ajudar o projeto, basta entrar na página deles no facebook chamada “Colaí”, no link: https://www.facebook.com/colai.decultura?fref=ts ou entrar em contato com o idealizador Ismael Franco pelo número (51) 98418344.