quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Mundo Utópico?!

        Não é mais utopia, nem um futuro distante, as pessoas estão buscando formas de transformar a comunidade em que vivem e dedicando seu tempo e talento para fazer a diferença.
O nome “ONG” (Organização Não Governamental) foi utilizado pela primeira vez no ano de 1950, para denominar qualquer organização não ligada ao governo. Atualmente, designa um grupo sem fins lucrativos, com a missão de resolver problemas da sociedade, em parceria com o governo. No Brasil, hoje as entidades são consideradas como o terceiro setor. Segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 290.692 fundações privadas e associações sem fins lucrativos no país.
O número de Organizações Não Governamentais mostra que as pessoas realmente têm-se mobilizado para mudar o mundo. Pensando nisso, onze jovens, entre 15 e 33 anos resolveram tomar partido desta luta e criar uma ONG em prol de sua comunidade. E, a partir dessa ideia, no ano de 2011, criaram o Colaí Movimento de Cultura, na Ilha da Pintada, bairro que pertence ao conjunto de Ilhas dos rios Guaíba e Jacuí, em Porto Alegre.
O movimento Colaí oferece doze atividades, entre elas, uma oficina de violão e uma de percussão, atividades culturais, esportivas e de lazer, visitações em orfanatos e escolas, campanhas de agasalho e arrecadação de alimentos. E para a realização de parte destas atividades há um incentivo da subprefeitura denominada Car Ilhas. A Escola Estadual de Ensino Médio Almirante Barroso também doou uma bola para a Escolinha de Futebol do Colaí e cede a quadra para as atividades esportivas.
Ismael Franco, 29 anos, autônomo e idealizador do projeto, afirma que não são apenas os Ihéus que são beneficiados pelo projeto, “Não há contabilidade de quantas pessoas realmente são impactadas pelo movimento, mas em média 90% da população (em torno de 7.000 moradores) são englobados por este. As doações também são distribuídas para outras Ilhas do bairro Arquipélago, além de algumas outras cidades, como Esteio e Camaquã”, diz o idealizador.
Os maiores beneficiados pelo projeto são os jovens, pois a ideia principal é “ocupar o tempo ocioso do jovem com algo produtivo. Deixando-os escolher o que querem ser e como querem ser formados”, afirma Fábio Brandão, 33 anos, autônomo, vice-presidente e coordenador do esporte, projeto Colaí na Pelada, Colaí na Pelada de Rua e Escolinha do Colaí.
Todas as ações realizadas pelo movimento são escolhidas em conjunto, como afirma o idealizador Ismael. “Decidimos com democracia, com o coletivo, durante as reuniões”.     Democraticamente, eles criam na comunidade um ambiente mais favorável e ainda participam da tomada de decisões que influenciam a vida dos moradores das Ilhas. A partir desse ano, o Colaí também está participando do Orçamento Participativo de Porto Alegre.
Para a arrecadação de verbas, visando desenvolver projetos, o movimento conta com a venda de bolos e doces, que Vinícius Ramos, 22 anos, auxiliar de produção editorial e diretor do bloco Colaí na Avenida, prepara e também com rifas vendida por todos os integrantes. Em quatro anos de existência, este será o primeiro ano que o Colaí conseguiu verba para desenvolver uma oficina (sendo está a de violão) pelo Orçamento Participativo.
A comunidade da Ilha da Pintada sempre foi receptiva com o Colaí, apoiando-os quando precisam. É uma comunidade que enfrenta obstáculos na hora de deslocar-se até as atividades do Movimento, pois não costumam ter muito tempo em seu dia-a-dia. 
Fernanda Farias, 33 anos, ex-moradora da Ilha da Pintada, administradora de empresas, sabe como isso é complicado. “Hoje me dia é muito difícil você conseguir reunir, e principalmente, unir uma quantidade expressiva de jovens, adultos e crianças em um único evento, pois dentro da mesma comunidade há diferenças, mas isto é mérito da gurizada do Colaí”, disse. E, complementou destacando a presença dos integrantes na comunidade. “Eles são muito ativos na comunidade, estão sempre prontos a encarar as dificuldades, realizam campanhas que realmente fazem a diferença e com isso a comunidade aprova”, afirma a empresária.
O próximo passo do Projeto Colaí é expandir seus projetos e descentralizar. “Queremos ficar conhecidos no município e poder ter um peso maior para falar com as secretárias de Porto Alegre”. Para conseguir apoiadores e patrocinadores é necessário a descentralização das atividades realizadas pelo Colaí. “Queremos ser reconhecidos fora das Ilhas, porque lá fora que estão os apoiadores, os patrocinadores, as empresas privadas que darão apoio financeiro”, afirma Ismael.
Quem quiser conhecer e ajudar o projeto, basta entrar na página deles no facebook chamada “Colaí”, no link: https://www.facebook.com/colai.decultura?fref=ts ou entrar em contato com o idealizador Ismael Franco pelo número (51) 98418344.

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